lunes, 31 de diciembre de 2012

AÑO NUEVO, VIDA VIEJA


Como todos los años, el mundo celebra el cambio de año, como si se tratase de un hecho con dimensiones trascendentales para la vida personal de cada uno y para la colectividad.

Incluso administraciones públicas se preocupan en proporcionar fiestas, principalmente las relacionadas a las quemas de fuego de artificio. Habiendo poca gente que critica el uso del erario en ellas.

La búsqueda por lo nuevo impulsa a que muchas personas hagan del pasaje de año un verdadero ritual, donde para muchos no faltan las obligaciones a nivel de atuendo, como ponerse ropas de determinados colores, y de lo que comer o beber, entre muchas otras.

Pero es evidente que la naturaleza de los acontecimientos no le hace ningún caso al calendario. El desdén con el que esta mira a los pasajes de año contrasta con la expectativa que la gente crea en torno de ellos.

Los festejos de fin de año nos enseñan mucho de lo potente que es el efecto manada, momento en que uno participa acríticamente de algo solo por el hecho de que los demás también participan. Y esto ocurre con independencia de sexo, creencia o no creencia religiosa, o clase social.

Ojo, nada tengo en contra de los balances y retrospectivas en términos mediáticos del año que acaba y de los pronósticos del año que se avecina. Al fin y al cabo, los años sirven como jalones. Es por medio de los años (aunque más por los conjuntos de los años, décadas y siglos) que evaluamos evoluciones o involuciones.

El gran problema es ver a los años como si estos tuviesen una vida propia, que condicionan la vida de la gente. Cuando, en realidad, en el fondo, nada más son que una “fabricación” humana.

jueves, 15 de noviembre de 2012

SELEÇÃO, CLUBES E GLOBO



Ao menos desde os últimos 15 anos, nunca a seleção brasileira tinha prejudicado tanto os clubes como na presente temporada.

Um fator fez com que 2012 fosse especialmente danoso para os clubes: este foi o ano em que mais jogadores que atuam no Brasil foram convocados para a seleção brasileira desde instituição da Lei Bosman, que abriu as portas para o êxodo massivo de jogadores brasileiros para a Europa.

Obviamente este problema só existe pelo fato do jogos dos campeonatos disputados no Brasil não pararem quando há partidas do Brasil como ocorre em quase todo o mundo. O que torna o caso brasileiro escandaloso e digno de chacota internacional, pois faz com que alguns clubes sejam punidos, já que devem ceder constantemente ao Brasil seus melhores futebolistas ficando desfalcados deles em vários jogos.

Atualmente, são muitos os que clamam por esta interrupção, algo que, a princípico, parece simples, dependendo apenas da boa vontade e da atenção da CBF quando organize o calendário do futebol brasileiro.

Porém, ao contrário do que a grande maioria das pessoas pensa, não é nada fácil a paralização dos jogos no Brasil quando a seleção brasileira atue. O motivo se chama Rede Globo de Televisão.

A Globo, detentora dos direitos de transmissão quase monopolicamente do futebol brasileiro e quase dona deste, não abre mão de transmitir dois jogos por semana, primordialmente nos seus clássicos horários das 22.00 da quarta-feira e das 16.00 do domingo.

Quando os jogos do Brasil forem na parte da noite da quarta-feira pelo horário brasileiro, como foi ontem contra a Colômbia, ou quando forem às 16.00 do domingo não há problema. Este passa a ser o jogo televisionado pela líder de audiência sem a necessidade da realização de rodada do Campeonato Brasileiro ou dos Estaduais. Entretanto, como a maior parte dos jogos do Brasil é na Europa, a maioria das partidas, pela diferença do fuso-horário europeu e brasileiro, tem lugar em outros horários, o que força jogos dos times brasileiros nos mesmos dias dos do Brasil, para cumprir com a exigência tácita da Globo.

Portanto, considerando-se que, infelizmente, os clubes e a CBF dificilmente vão querer ir contra a Globo, a decisão sobre o ridículo que significa jogos de clubes no mesmo dias de jogos da seleção depende, em última instância, da emissora carioca.

Infelizmente, os executivos da Globo são extremamente bitolados. Não enxergam que o ganho de ter sempre jogos nos seus dias e horários prediletos acaba sendo menor do que ter um campeonato organizado, onde todos os clubes possam contar com suas principais atrações sempre. É apenas questão de bom senso. Oxalá a Globo conte com um pouco deste nos próximos anos no que se refere ao esporte-rei.

domingo, 28 de octubre de 2012

HADDAD 2018


O triunfo de Fernando Haddad na eleição municipal de São Paulo pode ter sido o seu primeiro passo para algo que hoje ninguém, ao menos externamente, especula, até pela distância temporal que ainda estamos disto: sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2018.

Tirando, obviamente, a presidente Dilma Roussef, nenhum outro petista terá um governo tão importante para administrar quanto Haddad a partir de 1 de janeiro de 2013. De momento, mesmo que nem mesmo no PT se pense em relação a um escrutínio que só terá lugar daqui a seis anos, Haddad é, naturalmente, o petista mais bem colocado para manter o partido da estrela vermelha no executivo nacional – considerando que Roussef seria reeleita em 2014 e que Lula não tenha disposição para ser candidato do PT em 2018, coisas que julgo prováveis.

A possibilidade de Haddad de ser a aposta do PT em 2018 será maior ou menor de acordo à tarefa nada fácil que terá pela frente, ser bem avaliado pela população paulistana, o que inclui, evidentemente, sua reeleição nas municipais de 2016. As duas outras experiências do PT à frente da Prefeitura de São Paulo não terminaram bem em termos eleitorais, apesar destas administrações não terem sido rejeitadas pela população. Luiza Erundina, eleita em 1988, não logrou eleger o candidato à sua sucessão em 1992, Eduardo Suplicy. E Marta Suplicy, vitoriosa em 2000, não conseguiu renovar seu mandato em 2004.

O Brasil, depois de dois anos quase estagnado econômicamente, tende a crescer a partir do ano que vem, o que significa, também, que haverá mais recursos federais para todas os entes da federação, principalmente os mais alinhados ao Governo Federal, como será o caso de São Paulo. Um exemplo é o projeto federal Minha Casa Minha Vida, desdenhado pela atual administração paulistana. O êxito da sua implatação, considerando que a área da habitação é dos maiores problemas de São Paulo, aumentaria significamente as chances de aprovação de Haddad junto aos  paulistanos.

Outro importante ponto que beneficia Haddad é poder contar com uma Câmara de Vereadores que o apoiará.

Se Haddad vai ter boa aceitação dos habitantes da maior cidade do Brasil só o futuro dir-nos-á. Conseguindo-a, será dos nomes mais fortes não apenas para ser candidato nas presidenciais de 2018, como, também, para ser eleito presidente.

jueves, 18 de octubre de 2012

ABORTO LEGAL


Uruguay es hoy un país más humano. Un país con más libertad. Un país menos hipócrita. Un país donde los respetables pensamientos de unos no invadirán las voluntades ajenas. Un país donde abdicar de llevar a cabo un embarazo, independientemente de la razón que sea, no será más crimen.  

Este 17 de octubre de 2012 entrará para la historia de los derechos civiles de Uruguay, un campeón en esta materia en las primeras décadas del siglo pasado, bajo las presidencias de José Batlle y Ordoñez y Claudio Williman, con leyes como el matrimonio civil, el divorcio y la separación de la iglesia del Estado.

Con la despenalización del aborto hasta las doce primeras semanas de gestación, después de la ley haber sido finalmente aprobada tras un largo proceso legislativo y sin el riesgo de veto del presidente José Mujica, como ocurrió en 2008, cuando Tabaré Vázquez vetó esta ley, Uruguay se torna uno de los pocos países de América Latina con una ley de plazos para el aborto libre. Hasta ahora, solo Cuba y Ciudad de México tenían una ley del género. De estas pocas naciones, justamente Cuba y Uruguay son las que pueden ser consideradas las más laicas.

Ojalá, otros países de la región diesen este paso en los próximos tiempos. Pero, de momento, solo en Argentina hay una presión política y popular de peso para despenalizar el aborto. El problema es la presidente Cristina Fernández, que, al contrario de su grupo político, no ve con simpatía la despenalización.

Muchos de los que están en contra del aborto dicen estar a favor de la vida. Cada persona es libre de pensar como quiera y tiene su propia visión del mundo. El problema es que, con la ilegalización del aborto, esta visión es impuesta a los demás. La despenalización hace con que cada mujer actúe de acuerdo a lo que crea que es mejor para su vida.

La ciencia ya ha probado que hasta los primeros meses de embarazo el feto, por su poco desarrollo, no puede ser considerado como un ser humano. Su inexpresivo sistema nervioso ni haría que este sintiera dolor durante el aborto.

Además, todos sabemos que la ilegalización del aborto no lo impide. Lo que sí genera es la desigualdad entre mujeres con dinero, que pueden pagar por una segura clínica para interrumpir su embarazo, aunque de modo clandestino, y otras, que con pocos recursos, no se les queda otra que recurrir a sitios que ofrecen pocas condiciones para la realización de una operación quirúrgica.

La despenalización del aborto hace con que el Estado uruguayo mire a los ojos de sus ciudadanas y que no las deje abandonadas si la opción de no querer tener un hijo es la que consideran la más adecuada. Es decir, el Estado se exime de hacer juicio de valores en un tema muy personal y del cual nadie puede ser el dueño de la razón.

jueves, 4 de octubre de 2012

INCOERÊNCIA


Aumento do escalão máximo do IRS para 54,5%, o mais alto da história de Portugal, com um prometido crescimento de sua progressividade na sua globalidade. Aumento do IRC para empresas com lucro superior a 7,5 milhões de euros. Aumento para 28% para os rendimentos provenientes do capital. Agravamento para o imposto sobre o tabaco e outros prometidos aumentos para os impostos em relação a compra de produtos de luxo. Perspectiva de taxação sobre transações financeiras.

É impressionante como estas medidas, anunciadas ontem pelo ministro de Finanças, Vitor Gaspar, foram recebidas tão mal pela generalidade da esquerda portuguesa. Principalmente tendo em conta que vieram como justificativa para substituir o aumento indiscriminado da TSU para os trabalhadores, algo muito mais penalizador para os que menos têm.

Das reclamações feitas por gente que se diz de esquerda, tiraria duas conclusões: ou seriam tão obnubilados, que o que importaria seria dizer mal do governo, faça o que faça, incluindo quando avança por caminhos que buscam mais igualdade na sociedade, ou, no fundo, estariam mais preocupados por suas perdas individuais, ou seja, com seu próprio bolso, enfiando na gaveta o sentido de solidariedade e de distribuição de renda que devem pautar o pensamento da esquerda.

Regozijar-se com as novas medidas do Executivo de Pedro Passos Coelho quando estas fazem com que os que mais têm paguem mais pela crise e em prol da austeridade não significa, obviamente, apoiar o seu governo. Apenas significa ser coerente em termos de ideológia, que deve estar acima das guerras partidárias.

martes, 2 de octubre de 2012

BLINDAR A LOS NIÑOS



La propuesta del Ministerio de Educación y Cultura de prohibir la publicidad dirigida a los niños en Uruguay va por una excelente senda. De este modo, los más jóvenes de la sociedad estarían protegidos de los cantos de sirena que intentan vehicular los spots publicitarios.

La idea está inserida en las discusiones sobre el proyecto de ley de comunicación de servicios audiovisuales, que garantiza, de momento, al menos, el fin de la publicidad para niños en programas infantiles y en sus tandas publicitarias.

Los niños, al contrario de los adultos, no tienen vivencia y consciencia suficientes, para discernir bien la información de la propaganda. Es deber del Estado, por lo tanto, no permitir que lo ilusorio se haga realidad en la cabeza de los niños.

En un primer momento, muchos podrán acusar al gobierno de censura. Será necesario que el Ejecutivo uruguayo sea valiente para llevar a cabo la iniciativa en medio de una posible campaña de hostigamiento, principalmente de la parte de los que se verían más perjudicados, los canales de televisión y el universo publicitario.

Si esta propuesta tornarse realidad, Uruguay estaría junto a un grupo de países que poco pueden ser acusados de autoritarios, como Suecia, Dinamarca, Bélgica, Finlandia y Canadá, que también tienen leyes que prohíben la publicidad a los niños.

La protección a los menores no va en contra de una sociedad libre. Por el contrario, es esencial para el desarrollo sano y sostenible de esta.

viernes, 7 de septiembre de 2012

RESTRICCIONES AL ALCOHOL


Según ha adelantado El Observador en su edición de hoy, el gobierno uruguayo enviará un proyecto de ley al Parlamento que contiene medidas para restringir el consumo de alcohol.

Entre los principales tópicos de la ley estarían la prohibición del consumo de alcohol en parques, playas, plazas, ramblas y veredas. También se prohibirían canillas libres y solo se permitirían la venta a locales con una licencia específica para la comercialización de bebidas alcohólicas.

Si el proyecto fuere llevado a cabo, Uruguay estaría más una vez en el rumbo correcto a respecto del tratamiento a las drogas consideradas legales. Las acciones del Ejecutivo oriental desde la llegada del Frente Amplio al poder a respecto del tabaco están produciendo excelentes resultados, que se verifican en la gran reducción de fumadores en el país – de 32% en 2006 a solo 20% en 2012.

Ahora le toca al alcohol la atención del gobierno. Una bebida que puede contribuir para que haya tantos flagelos sociales, como la violencia de género y los accidentes viarios y de la cual son adictos cerca de 260 mil uruguayos. Es decir, alrededor del 10% de la población uruguaya con más de 14 años de edad es alcohólica.

El mayor punto de interrogación es el referente a la publicidad de alcohol, que debería ser tajantemente prohibida, como fue prohibida la publicidad de tabaco en su momento. Pero, de acuerdo al diario, el proyecto solo impondrá limitaciones a la propaganda, habiendo un control de los contenidos, siendo establecidas pautas con la Cámara de Anunciantes y la industria del sector.

Es muy importante saber, exactamente, cuáles serán las limitaciones de la publicidad. Ojalá, al menos se prohíba cualquier auspicio de bebidas alcohólicas a programas deportivos, como se suele ver, incluso en emisiones de TNU, como La Hora de los Deportes y Estudio Estadio – una vergüenza para la tele pública uruguaya.

Un “país de primera” como los gobernantes dicen querer hacer de Uruguay debe ser un país sano. Y para que sea un país sano, al alcohol le deben ser puestos palos en la rueda. Sin que se llegue a prohibir su consumo totalmente, para que la libertad individual no sea puesta en jaque.

jueves, 16 de agosto de 2012

SAUDÁVEL DECISÃO


Segundo informou a colunista do Estado de S.Paulo, Sônia Racy, a Justiça de São Bernardo do Campo obrigou a que uma unidade do McDonald’s da cidade paulista fornecesse vale-alimentação ao invés dos lanches da rede de comida rápida para um empregado da empresa que pediu a mudança.

O fornecimento de alimentação é um dever das empresas de restauração, de acordo às convenções trabalhistas do setor. Não é um “presente” que dão aos seus empregados, como muitas pessoas poderiam supor. Inclusive muitos deles pensam assim.

Em geral, os restaurantes dão o mesmo tipo de comida que é feita para seus clientes. Isto faz com que os trabalhadores de restaurantes de comida rápida, como o McDonald’s, sejam muito prejudicados no que se refere ao valor nutricional da comida que recebem. É notório o quão prejudicial pode ser o tipo de comida destes locais, como sanduíches de hamburguer, salsicha e batata frita entre outras.

A meu ver, não necessariamente os restaurantes teriam que fornecer vale-alimentação, o que aumentaria o custo da mão-de-obra. Poderiam eles mesmos fazer “comida de verdade”. No fim das contas, até poderiam ter um custo menor. Não é preciso que preparem refeição requintada. Basta o bom e tradicional arroz com feijão, com uma ou outra mistura. E o trabalhador que quisesse poderia continuar comendo os lixos gordurosos que muitos restaurantes vendem.

A jurisprudência desta decisão judicial poderá, teoricamente, beneficiar a muitos dos trabalhadores da restauração no Brasil que estão preocupados em ter uma vida saudável. Sendo uma grande vitória desta.

domingo, 12 de agosto de 2012

PUBLICIDAD NO TRADICIONAL


Lo más sonante de la última cadena nacional de la presidente Cristina Fernández de Kirchner fue la acusación de que el periodista del grupo Clarín, Marcelo Bonelli, recibía anualmente 240 mil pesos en concepto de publicidad no tradicional (PNT) de YPF, antes de la petrolera haber sido nacionalizada por el gobierno argentino.
 
La revelación, que fue taxativamente negada por el periodista, ha servido como una de las razones para justificar una de las actuales banderas de la mandataria máxima argentina, una posible ley de ética para los medios y los periodistas. Según la presidente, muchos periodistas podrían estar cobrando dinero de empresas, por medio de la PTN, para defender sus intereses en los medios en que trabajan sin explicitar, mínimamente, esta relación para el público que los escucha.

Se mire por donde se mire, no habría cualquier tipo de defensa para estos casos de PNT, en que el vínculo “comercial” entre un periodista y una empresa es ocultado. Serían manifiestas fraudes en la relación del periodista con su audiencia. 

Entretanto, mucha de la publicidad no tradicional está a la vista de todos, concretamente en la radio y en la televisión. Es difícil encontrar programas que no cuenten con ella, en espacios fuera de la tanda publicitaria, donde los conductores de los programas hacen comentarios elogiosos a determinados productos o empresas: “Cómo es bueno dormir en tal colchón”. “Cómo es bueno comer en tal restaurante”. “Cómo es ventajoso tener cuenta en tal banco”.

¿Es ético que el periodista haga este tipo de publicidad? En mi visión no. Quien ejerce la labor periodística debería estar alejado de cualquier relación publicitaria. Esto puede generar una promiscuidad entre los periodistas y la empresa objeto de la publicidad.

La PNT desvía al periodista de su única función, informar y opinar. Si un periodista hace una PNT de una empresa, que después aparece involucrada en un escándalo, su independencia podrá estar en mucho dañada. Así como será menos libre para tocar en temas que afecten negativamente a la empresa.

Los defensores de la PNT podrían alegar que la publicidad tradicional, que, por naturaleza, depende exclusivamente del departamento comercial de los medios, también puede menoscabar la independencia de los periodistas. Basta que el medio no quiera que sus periodistas hablen de algo perjudicial a un anunciante. Pero aquí la relación es otra. El periodista no estaría involucrado con la pérdida de independencia de su medio. No sería él que estaría jugando en contra de ella. Ya cuando participa activamente de la publicidad colabora en nombre propio.

Además, la PTN, muchas veces, está tan incorporada a un espacio que se mezcla con el propio contenido informativo, no siendo tan sencillo para un oyente o telespectador poco atento separar la publicidad de la información. También la PTN va en contra de la propia estética de un programa radial o televisivo, generando una clase de ruido en el contenido periodístico de la emisión.

Es curioso que la Ley de Medios haya dejado libre la PTN, mientras obligó a que la publicidad tradicional esté debidamente separada del contenido de las emisiones, que, incluso, tuvieron que crear un separador para indicar cuando empieza y cuando termina la tanda publicitaria. 

Es verdad que muchos periodistas de radio tienen como única fuente de ingreso la PTN (un escándalo que señala la precarización de la profesión). Pero hay muchas estrellas del radio o de la tele, con muy buenos salarios, que no tendrían necesidad de jugar este rol que solo degrada su imagen.

Mientras en Europa la PTN tiene fuerte rechazo por parte de la clase de los periodistas – lo que no impide que exista – en Sudamérica poco se habla a su respecto. Se la tolera de modo acrítico. Sería importante que hubiese más debates a su respecto.

viernes, 10 de agosto de 2012

A (IN)UTILIDADE DAS FACULDADES DE JORNALISMO


Certamente, o Brasil é o país onde a instituição faculdade de jornalismo mais esteve em debate nos últimos anos. O motivo, a polêmica sobre a obrigatoriedade ou não do diploma de jornalismo para a atuação profissional no setor, já que foram várias as idas e vindas legais, ora tirando, ora recolocando a obrigatoriedade.

Muito se diz sobre os prós e os contras da obritoriedade, que poderá ganhar caráter definitivo, se a Câmara de Deputados tiver o mesmo comportamento do Senado, votando a favor duma emenda constitucional que a sacramenta.
 
Entretanto, quando o tema é faculdade de jornalismo, pouco se fala sobre a sua importância em si. As faculdades de jornalismo no Brasil servem para formar jornalistas? Seu programa, no referente às disciplinas do curso, é pertinente para quem deseja ingressar no mundo da informação e para a avaliação dos seus estudantes?
 
Independentemente da qualidade das faculdades de jornalismo, sou contra a obrigação. Entendo que a atividade jornalistica é demasiadamente aberta, e que pode albergar pessoas das mais variadas formações acadêmicas ou, até mesmo, autodidatas (principalmente com a massificação da internet). As matérias primas do jornalismo não estão pendentes, em absoluto, de nenhum curso superior: a boa escrita e o seguimento da atualidade.
 
Minha oposição à obrigatoriedade do diploma cresce ainda mais tendo em conta o quão fraco é o curso de jornalismo. E vou ainda mais longe. Creio que sequer deveria haver curso de jornalismo. Ao menos se este não sofrer uma ampla mudança.
 
As faculdades de jornalismo estão cheias de matérias pouco objetivas e desenfocadas do universo jornalístico. Matérias como Pensamento Filosófico, Teoria da Comunicação, Antropologia Cultura, Estudos Sócio-Culturais, Psicologia, Filosofia, Ciências da Linguagem, entre outras, são pouco úteis para a agenda do jornalismo. Algumas são tão rebuscadas que a exigência nas avaliações fica restrita a trabalhinhos e teatrinhos. Recordo-me que quando estava na faculdade de jornalismo, as encenações eram incentivadas pelos próprios professores para a abordagem dalgum tema. Algo verdadeiramente patético.
 
Já os assuntos que formam a base da atualidade, como política, economia e direito são quase que completamente negligenciados no currículos das faculdades de jornalismo. Como é possível que em quatro anos de curso, a grande maioria das faculdades não tenha, por exemplo, economia, direito e língua estrangeira como disciplinas? Quando fazia a faculdade, indagava, principalmente, o porquê de não haver economia. E me respondiam que deveria aprender por conta própria. Até poderia, mas para que serve uma faculdade de jornalismo, se não é capaz de ensinar ao menos aspectos básico de um dos temas mais presentes no jornalismo?

Uma verdadeira faculdade de jornalismo, se quisesse dar uma boa formação aos seus estudantes, deveria ser uma mistura das faculdades de economia, direito, política, história e letras, com português e ao menos uma língua estrangeira (se cobra tanto o inglês na profissão e nenhuma faculdade o tem!) para além de algumas disciplinas de natureza prática. Claro que todas as disciplinas também deveriam contar com exames objetivos, sem espaço para o facilitismo, como ocorre quando as avaliações são feitas por meio de trabalhos para contornar o conteúdo abstrato da maioria das disciplinas teóricas que há nas faculdade de jornalismo hoje.

De não ir por este caminho, as faculdades de jornalismo no Brasil só servem para jogar no mercado formandos que, em sua grande parte, se limitam a saber responder o “lead”, as famosas perguntas para a elaboração dum texto jornalístico: “quem?”, “quando?”, “por quê?”, “para quê?”, “o quê?” “como?” (erradamente ensinado como se tivesse que ser levado ao pé da letra).

Uma das piores consequencias de haver uma má faculdade de jornalismo é que todos os formandos, tendo ou não vocação para a informação (só uma minoria tem), são colocados no mesmo saco pelo mercado da informação, que tem pouquíssimos postos de trabalho. Como todos estão nivelados por baixo, a precarização do setor é ainda maior. 

Se não houvesse a faculdade, seria como no passado, quando não existia faculdade de jornalismo. Só seria jornalista quem tivesse vocação pela informação e o mercado laboral da área no âmbito da oferta de profissionais estaria depurado. Claro que isto não é a solução para os problemas e dramas que o jornalismo enfrenta hoje. Mas melhoraria a qualidade da informação, pois desviaria para longe do jornalismo pessoas que sequer leem jornal.

Em resumo, ou a faculdade de jornalismo se reformula ou seguirá prejudicando o próprio jornalismo.

miércoles, 8 de agosto de 2012

BRASIL UM POUCO MENOS LIVRE


Como já era esperado, o Senado votou pela obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da função. Ontem, no segundo turno da votação, por meio duma emenda constitucional, ratificou o que já fora aprovadado no ano passado, reinstituindo sua volta, que havia sido abolida pelo Supremo Tribunal Federal em 2009. Agora a emenda segue para a Câmara de Deputados para a obrigatoriedade tornar-se definitiva.
 
A volta da obrigação do diploma é regressar um pouco à ditadura militar, que a introduziu em 1970. Um atentado às liberdades no Brasil, pois condiciona, de modo arbitrário, a um curso uma profissão que vai muito além deste.

A obrigatoriedade do diploma já seria criticável se as faculdades de jornalismo fossem de boa qualidade. Tendo um nível tão fraco, inclusive as das grandes universidades, a obrigatoriedade é um verdadeiro disparate.
 
Pessoas com grandes conhecimentos em economia, em leis e em política, os temas mais presentes no jornalismo, e que saibam escrever (qualquer um que saiba fazer bem uma dissertação pode redigir um texto periodístico) terão o jornalismo vetado, se não tiverem o diplominha. Ao contrário dos que o têm mas que não leem jornal e não sabem escrever muito além do lead - caso de grande parte dos jornalistas.
 
Só a falta de conhecimento da relação faculdade de jornalismo e jornalismo e o corporativismo da classe respaldam a obrigatoriedade, algo que só existe no Brasil.
 
Aliás, esta classe parece que estava mais preocupada com a obrigatoriedade do diploma do que com a precarização do labor periodístico, que afeta a maior parte dos jornalistas. É muito raro, por exemplo, ver jornalistas reclamando que a sua carga horária oficial de cinco ou de sete horas não é respeitada pelos patrões. Aceitam como algo normal e pacífico.
 
Os jornalistas que se gabam de que são “jornalistas por formação”, provavelemente, poderão dormir tranquilos. Terão seus direitos desrespeitados, mas terão, novamente, o monopólio para o exercício da profissão. Patético.

Palavras de quem tem o tal diplominha de jornalismo.

jueves, 12 de julio de 2012

MARIHUANA: YÉNDOSE AL MAZO



Si la supeditación que hizo este miércoles José Mujica para la legalización de la marihuana en Uruguay se confirmare, es probable que el flamante proyecto se quede en papel mojado. El presidente fue tajante, en una conferencia de prensa, en Soriano, al decir que si “el 60% de los uruguayos no la entienda y no la respalde nos vamos a ir al mazo”.

Según el único sondeo hecho a respecto del tema después del anuncio del proyecto, realizado por Interconsult, la cifra de uruguayos que apoya la legalización de la marihuana está lejos del listón de Mujca. Solo el 38% de los orientales serían favorables a la reciente propuesta del gobierno uruguayo. Mientras un 60% se opondría a ella.

La improvisación a respecto del contenido de la propuesta parece ser una de sus marcas - algo que ya se verificó en relación a otros temas durante el gobierno de Mujica. Ha habido un cruce de afirmaciones distintas por parte de algunos integrantes del gobierno. Primero se dijo que el Estado uruguayo sería responsable por la producción de la marihuana. Después se aclaró que sería responsable solo por la venta. También fue desmentido que habría un límite de 40 cigarrillos por comprador, que habría un registro de estos y que ellos deberían devolver la colilla.

Tampoco el leitmotiv de la legalización de la marihuana se ha quedado claro. Al inicio, la propuesta tendría como blanco disminuir el consumo de la pasta base, haciendo que los consumidores de la pasta base “migrasen” para el consumo de la marihuana o hacer con que los potenciales usuarios de la pasta base prefiriesen la marihuana. Después el argumento más común – y más sensato – fue el de no perseguir lo que muchos hacen, pero que ilegalizado solo genera violencia, la que conlleva el tráfico de drogas. 

No sería tan sorprendente que Mujica diese un vuelco en el condicionamiento que ahora hace para llevar a cabo la legalización de la marihuana. Además, 60% de aprobación parece ser un número muy abultado.
Ni siquiera el apoyo que pide para la legalización de la marihuana es tan claro. ¿Se tendría en cuenta solo las encuestas? Estas podrían divergir – aunque muy difícilmente alguna presentase un resultado muy diferente, a corto plazo, de la de Interconsult. ¿O en un futuro podría ser realizado un plebiscito (que solo podría tener lugar tras un proceso de recolección de firmas y en el año electoral de 2014) para ‘oficializar’ el pensamiento de los uruguayos sobre el asunto?

Es una lástima que Mujica pueda poner coto en un proyecto que parecía contar con el espaldarazo de la mayoría de los parlamentarios uruguayos y que ha ilusionado a tantos de los que defienden las libertades individuales y que ven en las ilegalizaciones una puerta abierta al crimen organizado. En este momento, o Mujica desiste de los 60% de apoyo o más uruguayos se inclinan a la legalización de la marihuana (algo poco probable en una sociedad con opiniones poco oscilantes como la oriental). De no ser así, Uruguay perderá la oportunidad de estar en la vanguardia en un tema tan significativo como es la legalización de los estupefacientes. 

viernes, 29 de junio de 2012

TVE GUBERNAMENTALIZADA


Después de ochos años de servicios informativos plurales, Televisión Española corre serio riesgo de volver a un periodo triste de su historia, cuando era más una televisión del gobierno que una televisión verdaderamente pública.

La decisión del gobierno de Mariano Rajoy de prescindir de una mayoría calificada de dos tercios en el Congreso de Diputados para nombrar al presidente del Consejo de Administración de RTVE, como estaba siendo hecho desde 2007, cambiando la ley para este ser electo por el Congreso por mayoría simple, pone en entredicho su independencia.

Después de haber sido nombrado por el Congreso solo con los votos del PP y de CiU, hoy ha tomado pose el nuevo presidente de RTVE, Leopoldo González-Echenique. En la primera reunión del Consejo de Administración, el primero y gran indicio de que TVE volverá a tener telediarios gubernamentalizados: la elección de Julio Somoano para ser su director de información.

Técnicamente, nada en contra de Somoano. Tiene una muy buena formación académica, con una variopinta trayectoria profesional, habiendo trabajado tanto en la radio, como en la televisión y en la prensa. Además de haber escrito algunos libros. El gran problema es que estaba hasta ahora vinculado umbilicalmente a uno de los más grandes aparatos proselitistas del PP, Telemadrid, la tele pública de la Comunidad de Madrid, donde era director de informativos.

Al lado de Canal 9, canal público de la Comunidad Valenciana, Telemadrid es el más vergonzante ejemplo de emisora pública de una comunidad autónoma, con una programación noticiosa marcada por una gran tendencia favorable al PP y al gobierno local del partido de la gaviota.

Si hubo algo de positivo del gobierno socialista de José Luis Rodríguez Zapatero fue el cambio de paradigma que dio a TVE. Antes de su llegada al poder, la televisión de todos los españoles estaba en horas muy bajas en términos de credibilidad, con un contenido informativo muy distante del de una tele pública de una democracia europea. Eran los tiempos de Alfredo Urdaci como director de información, en que los telediarios ocultaban lo máximo posible la oposición al gobierno de José María Aznar.

Antes mismo del cambio de ley, ahora de nuevo modificada, para elegir por dos tercios del Congreso el presidente de RTVE, la tele pública ya pudo sentir un aire fresco de las manos de la directora general nombrada por el gobierno de Zapatero, Carmen Caffarel. Se estrenaron y se remozaron programas de debate donde tenían cabida todo el arco político español. Y, principalmente, se moralizaron los telediarios. Las administraciones posteriores a Caffarel, con el presidente nombrado por mayoría calificada, dieron seguimiento a la credibilización de TVE.

Que las malas expectativas a respecto de TVE no se confirmen. Pero es difícil imaginar otra cosa que no sea el regreso de una TVE sin compromiso con la independencia editorial. Más que cualquier otro medio, los públicos son los que tienen más condiciones de ejercerla. Solo basta con que el gobierno de turno lo quiera, que no parece ser el caso.

miércoles, 20 de junio de 2012

LEGALIZACIÓN DE LA MARIHUANA



Uruguay se apuntaría a ser el primer país de las Américas que legalizaría la venta de marihuana. Esta es la intención del gobierno, que está preparando un proyecto para permitir su comercio.

Uno de los principales objetivos de la legalización de la marihuana sería el combate al consumo de la pasta base, que estaría en el origen de gran parte de la criminalidad en Uruguay. El acceso legal a la marihuana disuadiría el consumo de la pasta base.

Independientemente de sus efectos a respecto de la pasta base, legalizar la marihuana es algo de por sí positivo. Sería reconocer el derecho de los ciudadanos a ejercer su libertad individual, aunque para algo manifiestamente perjudicial a la salud, como es el consumo de marihuana, que llega a generar diez veces más riesgo de cáncer que el tabaco.

Personalmente, por una cuestión de principio, por abogar por la libertad a ultranza de los derechos individuales cuando estos no estén en conflicto con los derechos ajenos, soy a favor de la legalización de todas las drogas. Incluso de las más duras – con trabas a su consumo proporcionales a su nocividad.

Al contrario de lo que muchos pueden pensar, la legalización de la marihuana no estaría en colisión con las políticas de restricción al tabaco realizadas en los últimos años en Uruguay. Solo una lectura simplista podría mezclar las dos situaciones, en razón de sus diferencias.

Cuando se impone trabas al tabaco lo que se quiere, en realidad, son dos cosas. Primero, proteger a los no fumadores, prohibiéndose fumar en espacios públicos. Segundo, impedir la exaltación del tabaco, vedando cualquier acto que pueda publicitarlo. Una marihuana legalizada, ciertamente, vendría con estas y muchas otras restricciones. De lo que se sabe del proyecto del gobierno, que todavía no fue anunciado oficialmente, consta un límite en la compra de marihuana, por ejemplo. Como máximo, podrían ser comprados cuarenta cigarrillos de marihuana por mes por persona. Siendo hecho un registro de los compradores.

Seguramente, no será nada fácil que el parlamento uruguayo apruebe el proyecto de la legalización de la marihuana, en razón de una mentalidad conservadora para temas del género de gran parte de los miembros de sus dos cámaras. No es cierto ni que el gobierno cuente con todos los diputados y senadores del Frente Amplio. Pero al menos el Ejecutivo uruguayo estaría haciendo su parte en llevar a cabo la discusión y peleando por la medida.

domingo, 17 de junio de 2012

NOITE SACROSSANTA


Poucas vezes a palabra dramatismo foi tão bem empregada como naquele serão de 17 de junho de 1992. O palco, casa comum de todos nós, são-paulinos, o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o velho Estádio do Morumbi – naquele ano ainda não tão velho, só com 32 dois anos. Os envolvidos na história, o São Paulo e o Newell’s Old Boys. O nome da história, a tão desejada Taça Libertadores da América (nome já com pompa epopeica em si).
Pelo segunda vez na sua história, o São Paulo chegava a uma final de Libertadores. O mesmo, coincidentemente, ocorria com os argentinos do Newell’s. E tanto um como o outro haviam sido derrotados na primeira vez que chegaram à final. O São Paulo em 1974 para o super-campeão da Libertadores de então, o Independiente. E o Newell’s quatro anos antes, em 1988, para o Nacional de Montevideo.
Em 1992, a Libertadores já estava há quase uma década só ouvindo o grito de “campeón”. A última vez que um clube brasileiro vencera o principal torneio interclubes sul-americano havia sido em 1983, com o Grêmio.
Hoje se fala muito que os clubes brasileiros menosprezavam a competição. Visão com a qual não concordo. Julgo que, apenas, não eram tão obnubilados pela Libertadores como são hoje e que não a priorizavam como na atualidade em detrimento de outros campeonatos. A partir do fim dos anos 1980, entretanto, os clubes brasileiros começaram a enxergar a Libertadores com mais carinho na comparação com outros trofeus. Times mixtos ou reservas já passavam, ainda que não da maneira sistemática como hoje, a ser utilizados em partidas de outras competições que antecediam a uma partida da Libertadores, ao menos a partir das fases eliminatórias.
O São Paulo entrara na Libertadores de 1992 por ter sido campeão brasileiro em 1991. Esse havia sido um ano perfeito para o São Paulo, já que para além do Brasileiro, também conquistara o outro único campeonato que disputou, o Paulista. Entretanto, 1992 começara para o São Paulo com a marca da irregularidade, a despeito da diretoria ter mantido os principais jogadores do vitorioso ano transato. A equipa tricolor chegou a sofrer, inclusive, goleadas, como um 4-0 para o arquirrival Palmeiras no Brasileiro e um 3-0 contra o Criciuma na estreia da própria Libertadores. Porém, aos poucos, o conjunto comandado pelo saudoso Telê Santana fora das quatro linhas e por Raí, manifestamente, o melhor jogador brasileiro de então, dentro delas, foi acertando-se e ganhando corpo. Como a primeira fase do Brasileiro classificava quase a metade dos times para a segunda fase (oito de vinte), o São Paulo pôde concentrar-se de modo mais tranquilo na competição continental. Embora não fosse comum Têle colocar times reservas nos jogos do Brasileiro, era evidente que os jogadores soiam ter mais a cabeça voltada para os jogos da Libertadores. Após a acachapante derrota para o Criciúma na partida inicial, o São Paulo passou a estar mais atento a ela, terminando relativamente bem a primeira fase (ainda que na segunda posição) na qual compunha um grupo, para além do clube catarinense, com os bolivianos San José e Bolívar.
É a partir das oitavas-de-finais, contra o Nacional de Montevideo, que a torcida passa a envolver-se mais. A cada fase que o São Paulo avançava, os são-paulinos compareciam mais ao Morumbi. Após passar pelo mítico conjunto uruguaio (vitória de 0-1 no Uruguai e 2-0 em São Paulo), o São Paulo reencontrava o Criciúma. Apesar de não fazer parte da primeira divisão do Brasileiro, o clube catarinense, campeão da Copa do Brasil de 1991, fez uma bela participação naquela Libertadores. Terminou a primeira fase em primeiro no grupo do São Paulo e impôs muita dificuldade para o Tricolor. Na partida de ida, um sofrido 1-0 para o São Paulo com um gol, no final do jogo, daquele que viria a ser o principal talismã da equipa na Libertadores, Macedo. Na volta, um duro 1-1, com o Criciúma sainda na frente, pôs o Tricolar a um degrau da final. A semifinal, contra o Barcelona do Equador parecia fácil, já que na partida de ida, no Morumbi, o São Paulo ganhou, tranquilamente, por 3-0. Na volta, entretanto, em Guayaquil, o São Paulo levou um susto, perdendo por 2-0, o placar contra limite para que tivesse acesso a cada vez mais sonhada decisão.
O rival do São Paulo na final, o Newell’s, embora não fosse dos clubes argentinos mais conhecidos e galardoados, vivia um excelente momento – até hoje o melhor de sua história. Sagrara-se campeão argentino na temporada 1990-1991 e era o líder do Clausura de 1992, do qual seria o campeão (o torneio argentino passara a partir da temporada 1991-1992 a ter dois campeonatos por temporada, o Apertura e o Clausura). Era dirigido pelo então jovem e promissor Marcelo Bielsa.

No Newell’s, Bielsa não tinha nenhum craque, mas tinha jogadores muito inteligentes, suficientemente capazes de executar com muita aplicação e disciplina suas determinações. A boa cultura tática daqueles jogadores do Newell’s verifica-se hoje, pois grande parte deles são técnicos. Uns com sucesso, como Gerardo Martino e Mauricio Pochettino.
Na primeira partida, na fria noite de 10 de junho de Rosário, naquele pré-inverno do hemisfério sul de 1992, o São Paulo esteve bem, criando várias chances, algunas até claras para marcar. Mas um penalty muito duvidoso, uma suposta mão na bola do zagueiro Ronaldo, permitiu ao conjunto argentino vencer por 1-0, com gol de Berizo.
Agora, uma semana depois, não haveria outra alternativa para o São Paulo que não a vitória naquela quarta-feira, 17 de junho, véspera de ferido de Corpus Christi, no Morumbi. Mais de cem mil são-paulinos lotaram o estádio. Eram os últimos anos do Morumbi de cem mil pessoas, quando a segurança dos espectadores não era tão prioritária como hoje e em que estes ficavam totalmente esprimidos quando o estádio recebia tal quantidade de público.
Apesar de ter que reverter um placar adverso, havia muita confiança e otimismo dos torcedores e da mídia. Recordo ter escutado numa estação de rádio poucas horas antes da partida: “o São Paulo prepara-se para ser campeão da Libertadores”. E era justamente a rádio o único meio, como para mim, de acompanhar a partida, tal como toda a Libertadores daquele ano. Os direitos de transmissão da competição para o Brasil haviam sido comprados pela extinta OM, que não chegava em muitos pontos do Brasil – somente em algumas capitais. Só ter o relato da rádio acrescentava ainda mais angústia.
Foi uma partida, na maior parte do tempo, jogada no campo de ataque do São Paulo, que encarnou o conceito de tudo ou nada que imperava naquela noite. O primeiro tempo mostrou um São Paulo intenso e agressivo, que por falta de sorte e alguma ansiedade dos seus jogadores não logrou balançar as redes do goleiro Scoponi, do Newell’s. Um penalty em Muller também ficou por marcar. A volúpia do São Paulo tinha um grande perigo. Havia pouca barreira para impedir o contrataque do Newell’s. E, de fato, estes lances deixavam o torcedor são-paulino com o coração na mão.
No segundo tempo, o São Paulo voltou bem pior. O Newell’s parecia ter conseguido neutralizar as ações do conjunto tricolor, que parecia sem ideias. E o pior, o Newell’s lograva levar ainda mais perigo no contrataque. Porém, o São Paulo contava com um amuleto, Macedo. O atacante, que veio do Rio Branco de Americana para o São Paulo em 1990, fora titular durante todo o glorioso ano de 1991. Mas em 1992 caiu de produção, fazendo com que Telê Santana o colocasse no banco de reservas, só entrando em momentos críticos.
Aos vinte minutos, no momento mais complicado do São Paulo na partida, quando o time demonstrava até um pouco de nervosismo pelo escasso êxito nas suas jogadas, Telê troca Muller, dos maiores atacantes da história são-paulina, mas que vivia má fase na época, por Macedo. E poucos segundos bastaram para Macedo tornar-se o protagonista do lance que mudou a partida. Sentindo a presença do zagueiro do Newell’s, Gamboa, Macedo cai na grande área, e o árbitro, o colombiano José Torres Cadena, marca penalty. Um penalty tão incerto quanto o de Rosário que deu o triunfo aos leprosos (apelido do clube argentino). Na cobrança, Raí não vacilou e fez o torcedor tricolor respirar aliviado. Agora, ao menos a decisão ia para os penalties. Após o gol, praticamente não houve mais nada de significativo no jogo e a decisão não escapou, mesmo, dos penalties.
Naquela época a mídia esportiva brasileira havia criado uma lenda, que o Brasil ou os times brasileiros não eram frios o suficiente para decidir uma partida nos penalties. Muito em razão, talvez, da desqualificação da seleção brasileira no Mundial de 1986 para a França nos penalties. Talvez algumas derrotas nos penalties de times brasileiros na própria Libertadores, como a do Internacional, na semifinal contra o Olimpia do Paraguai em 1989 e a derrota do Cruzeiro para o Boca Junior na final da Libertadores de 1977 tenham alimentado ainda mais este pensamento.
O fato é que o histórico em decisões nos penalties do São Paulo era excelente. Na verdade, era perfeito. Nas três finais que o São Paulo até então decidira nos penalties saira com o título – 1975, final contra a Portuguesa do Paulista e 1977 e 1986 nas finais do Brasileiro, contra Atlético-MG e Guarani, respectivamente.
Naqueles rápidos instantes, o São Paulo vivia os minutos mais importantes de sua história. A primeira cobrança do Newell’s fez o torcedor são-paulino vislumbrar o que viria pela frente. O cobrador oficial dos rosarinos Berizo, chuta na trave. Em seguida, Raí chutando no mesmo canto direito do tiro do penalty que deu a vitória ao São Paulo no tempo normal deixava o São Paulo em vantagem. Zamora convertia para o Newell’s. Mas Ivan voltava a pôr o São Paulo na frente. Lopez empatava para o Newell’s. Ronaldo, dos mais inseguros no campo, falha a seguir, mandando no meio do gol para a defesa de Scoponi. Porém, pouco durou a angústia dos são-paulinos. Mendoza manda para o alto, permitindo que o São Paulo voltasse à frente, o que ocorre na cobrança de Cafu. Gamboa, um dos melhores em campo, seria o responsável pela quinta cobrança do Newell’s. À sua frente estava Zetti, à sua frente estava o goleiro que ficará imortalizado na história do São Paulo. Com um salto à sua esquerda, Zetti espalma o chute colocado do argentino, dando o título ao São Paulo e fazendo explodir o Morumbi de alegria. Talvez, a maior felicidade que este estádio tenha vivido nos seus quase cinquenta e dois anos. Logo após a defesa de Zetti tem lugar a maior invasão de torcedores da história dum estádio brasileiro. Uma mar de gente enlouquecida, no bom sentido, que divide com os jogadores o prazer de festejar a tão cobiçada Libertadores.
Depois daquela conquista, muitas outras vieram para o São Paulo. As mais importantes as Libertadores de 1993 e 2005, as Taças Intercontinentais de 1992 e 1993 e o Mundial de 2005. De fato, o clube pode gabar-se de ser o que tem mais títulos internacionais no Brasil e até mesmo proclamar-se como o mais glorioso do futebol brasileiro. Porém, nenhum outro título será tão especial como foi esta Libertadores de 1992. Foi graças a esse excelsior 17 de junho que o São Paulo começou a deixar de ser apenas um gigante nacional, passando a ser um gigante continental, um gigante mundial.

jueves, 14 de junio de 2012

RISCO DE MANIPULAÇÃO NO EURO




Algo de muito grave, teoricamente, pode ocorrer neste 17 de junho, quando se definem os classificados do grupo B do Campeonato Europeu. Se a Alemanha e a Dinamarca quiserem estar garantidas nos quartos-de-finais e forem anti-éticas, basta que combinem um resultado.
Em razão do critério de desempate, qualquer vitória da Dinamarca à Alemanha por diferença de um golo, com placar igual ou superior a 3-2 (4-3; 5-4...) faz com que, independentemente do que ocorra no Portugal-Holanda, as duas equipas estejam apuradas para a próxima fase do Euro.
Segundo o regulamento, o primeiro critério de desempate é o confronto direto. Em caso de empate entre três equipas, é a somatória de pontos entre as equipas empatadas. A persistir o empate, o critério é a diferença de golos nos jogos entre as equipas empatadas. Mantendo-se o empate entre as equipas, vem o número de golos marcados nos jogos entre elas. Se o empate seguir, mas somente entre duas equipas, então, valerá apenas o jogo entre estas duas equipas.
Ainda que Portugal goleasse a Holanda por 10-0, todo seu esforço seria em vão em caso de um arranjo entre Dinamarca e Alemanha. Um 3-2 para a Dinamarca faria com que a Dinamarca ficasse em primeiro por ter mais golos nos jogos entre os empatados, cinco, contra três de Portugal e da Alemanha. Nesta situação, o apuramento como segunda do grupo seria da Alemanha, por esta ter vencido Portugal (1-0). Um 4-3, um 5-4, e assim por diante, também deixaria a Dinamarca em primeiro, por ter feito mais golos e a Alemanha em segunda por ter sido a segunda com mais golos nos confrontos evolvendo Dinamarca, Alemanha e Portugal.
Este risco existe em razão, principalmente, do regulamento do torneio, que prima o confronto direto para os casos de empate. Como os resultados dos jogos contra as equipas que não estão empatadas não são tidos em conta, é muito mais fácil haver um acerto antidesportivo entre duas equipas na partida final da fase de grupos. 
Se o critério de desempate fosse o do Campeonato do Mundo, seria mais improvável o acerto antidesportivo. Na principal competição do desporto-rei é a diferença de golos no total de jogos o primeiro critério de desempate, seguida dos golos marcados também no total de jogos. Só depois vem o confronto direto. Se este fosse o critério no Euro, seria impensável um acerto entre Dinamarca e Alemanha, pois a diferença e a quantidade de golos duma hipotética vitória de Portugal contra a Holanda seria também fulcral para a definição dos classificados.
Este critério não é usado apenas no Euro. Também se utiliza em outras competições organizadas pela a UEFA, como a Liga dos Campeões e a Liga Europa nas suas respectivas fases de grupo.
Oxalá, Dinamarca e Alemanha não inveredem pela desonestidade para estarem com suas vagas asseguradas. Entretanto, terão via livre para a classificação por meio da manipulação de sua partida, graças a este tão mau critério de desempate do Euro.

martes, 5 de junio de 2012

TELEVANGELISTAS EM RISCO


Se for levado a cabo um novo marco regulatório para a radiodifusão no Brasil, tal como é, a princípio, a intenção do Governo Federal, algo de muito positivo ocorrerá na televisão brasileira, o fim de grande parte da avalanche de programas religiosos.

O novo marco regulatório para a radiodifusão prevê a proibição manifesta do aluguel de horários, prática adotada pela maioria das emissoras brasileiras. É por meio destes aluguéis que várias igrejas fazem suas emissões, sejam cultos realizados nos próprios templos sejam espaços de predicação feitos desde seus estúdios.

Com a interdição dos aluguéis, o vergonhoso proselitismo religioso nas TVs veria barrado seu caminho, não podendo mais aproveitar-se das brechas que o atual marco regulatório dá para que comprem espaços para seus programas.

É assustador ver a quantidade de horas que o proselitismo religioso tem na TV brasileira. A Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdomiro Santiago, por exemplo, tem dez horas de emissão diária da Rede TV!, quatro horas diárias na Band e nada menos do que 20 horas diárias no Canal 21, que tem seu sinal aberto em todo o Estado de São Paulo. A Igreja Internacional do Reino de Deus, do missionário R.R Soares tem duas horas de horário nobre na Band. Ja a Igreja Universal do Reino de Deus tem dez horas na TV Gazeta, além de preencher toda a madrugada de seu próprio canal, a Record (por ser dona dum canal, o espaço da IURD na Record, teoricamente, seria o único não afetado). E a Assembleia de Deus, do pastor e ‘militante’ homofóbico, Silas Malafaia, tem uma hora e meia semanal na Band.

Há muito que deveria ser feito quanto à regulação da TV no Brasil. Quase nenhuma das emissoras prestam o serviço público que estariam obrigadas a fazer, já que são concessões públicas. Que uma emissora como a Record, vinculada umbilicalmente com uma igreja, tenha concessão para funcionar, por exemplo, é algo inadmissível dentro do espírito laico do Estado brasileiro. Porém, o fim do horários de aluguel já seria um bom avanço.

Oxalá, o Governo Federal não ceda às pressões do lobby evangélico e da bancada de deputados evangélicos, que já começam, de pouco a pouco, a bradar contra esta proibição.


jueves, 10 de mayo de 2012

LEY DIGNA, AUNQUE INSUFICIENTE


Desde este miércoles, Argentina es un país un poco más humano. La aprobación por unanimidad por parte del Senado de la ley que permite la interrupción de tratamientos terapéuticos para pacientes terminales, con enfermedades irreversibles o sin apenas posibilidad de cura es un notorio avance en materia de derechos civiles

La llamada Ley de Muerte Digna, que ya había sido votada por Diputados, ahora podrá ser sancionada por la presidente Cristina Fernández y puesta en práctica, para alivio de millares de personas y familias que no necesitarán prolongar de modo inútil su sufrimiento.

Ojalá, la Ley de Muerte Digna pueda, en un futuro breve, dar paso en Argentina a una ley todavía más profunda, la de la eutanasia, aunque muy pocos países en el mundo la permitan – siendo que ninguno posibilita el derecho que este escribano le gustaría que hubiese, la eutanasia irrestricta y abierta a todos, con independencia de que estén o no enfermos.

Aunque la Ley de Muerte Digna se quede en el medio del camino en lo referente a la opción de la vida y de la muerte, deja Argentina por arriba de los demás países sudamericanos, que no tienen legislación que permita, de modo manifiesto, que los enfermos en estado muy grave no continúen su tratamiento.

Además, la ley hace con que Argentina sume puntos a respecto de los derechos individuales, tras la aprobación del Matrimonio Igualitario y de la Ley de Identidad de Género – es decir, leyes que solo tienen incidencia en quienes se benefician de ellas, no afectando y perjudicando a nadie más.