O triunfo de Fernando Haddad na eleição
municipal de São Paulo pode ter sido o seu primeiro passo para algo que hoje
ninguém, ao menos externamente, especula, até pela distância temporal que ainda
estamos disto: sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2018.
Tirando, obviamente, a presidente Dilma Roussef,
nenhum outro petista terá um governo tão importante para administrar quanto
Haddad a partir de 1 de janeiro de 2013. De momento, mesmo que nem mesmo no PT
se pense em relação a um escrutínio que só terá lugar daqui a seis anos, Haddad
é, naturalmente, o petista mais bem colocado para manter o partido da estrela
vermelha no executivo nacional – considerando que Roussef seria reeleita em 2014
e que Lula não tenha disposição para ser candidato do PT em 2018, coisas que
julgo prováveis.
A possibilidade de Haddad de ser a aposta do PT
em 2018 será maior ou menor de acordo à tarefa nada fácil que terá pela frente,
ser bem avaliado pela população paulistana, o que inclui, evidentemente, sua
reeleição nas municipais de 2016. As duas outras experiências do PT à frente da
Prefeitura de São Paulo não terminaram bem em termos eleitorais, apesar destas
administrações não terem sido rejeitadas pela população. Luiza Erundina, eleita
em 1988, não logrou eleger o candidato à sua sucessão em 1992, Eduardo Suplicy.
E Marta Suplicy, vitoriosa em 2000, não conseguiu renovar seu mandato em 2004.
O Brasil, depois de dois anos quase estagnado
econômicamente, tende a crescer a partir do ano que vem, o que significa, também,
que haverá mais recursos federais para todas os entes da federação,
principalmente os mais alinhados ao Governo Federal, como será o caso de São
Paulo. Um exemplo é o projeto federal Minha Casa Minha Vida, desdenhado pela
atual administração paulistana. O êxito da sua implatação, considerando que a área
da habitação é dos maiores problemas de São Paulo, aumentaria significamente as
chances de aprovação de Haddad junto aos paulistanos.
Outro importante ponto que beneficia Haddad é
poder contar com uma Câmara de Vereadores que o apoiará.
Se Haddad vai ter boa aceitação dos habitantes
da maior cidade do Brasil só o futuro dir-nos-á. Conseguindo-a, será dos nomes mais
fortes não apenas para ser candidato nas presidenciais de 2018, como, também, para
ser eleito presidente.