jueves, 16 de agosto de 2012

SAUDÁVEL DECISÃO


Segundo informou a colunista do Estado de S.Paulo, Sônia Racy, a Justiça de São Bernardo do Campo obrigou a que uma unidade do McDonald’s da cidade paulista fornecesse vale-alimentação ao invés dos lanches da rede de comida rápida para um empregado da empresa que pediu a mudança.

O fornecimento de alimentação é um dever das empresas de restauração, de acordo às convenções trabalhistas do setor. Não é um “presente” que dão aos seus empregados, como muitas pessoas poderiam supor. Inclusive muitos deles pensam assim.

Em geral, os restaurantes dão o mesmo tipo de comida que é feita para seus clientes. Isto faz com que os trabalhadores de restaurantes de comida rápida, como o McDonald’s, sejam muito prejudicados no que se refere ao valor nutricional da comida que recebem. É notório o quão prejudicial pode ser o tipo de comida destes locais, como sanduíches de hamburguer, salsicha e batata frita entre outras.

A meu ver, não necessariamente os restaurantes teriam que fornecer vale-alimentação, o que aumentaria o custo da mão-de-obra. Poderiam eles mesmos fazer “comida de verdade”. No fim das contas, até poderiam ter um custo menor. Não é preciso que preparem refeição requintada. Basta o bom e tradicional arroz com feijão, com uma ou outra mistura. E o trabalhador que quisesse poderia continuar comendo os lixos gordurosos que muitos restaurantes vendem.

A jurisprudência desta decisão judicial poderá, teoricamente, beneficiar a muitos dos trabalhadores da restauração no Brasil que estão preocupados em ter uma vida saudável. Sendo uma grande vitória desta.

domingo, 12 de agosto de 2012

PUBLICIDAD NO TRADICIONAL


Lo más sonante de la última cadena nacional de la presidente Cristina Fernández de Kirchner fue la acusación de que el periodista del grupo Clarín, Marcelo Bonelli, recibía anualmente 240 mil pesos en concepto de publicidad no tradicional (PNT) de YPF, antes de la petrolera haber sido nacionalizada por el gobierno argentino.
 
La revelación, que fue taxativamente negada por el periodista, ha servido como una de las razones para justificar una de las actuales banderas de la mandataria máxima argentina, una posible ley de ética para los medios y los periodistas. Según la presidente, muchos periodistas podrían estar cobrando dinero de empresas, por medio de la PTN, para defender sus intereses en los medios en que trabajan sin explicitar, mínimamente, esta relación para el público que los escucha.

Se mire por donde se mire, no habría cualquier tipo de defensa para estos casos de PNT, en que el vínculo “comercial” entre un periodista y una empresa es ocultado. Serían manifiestas fraudes en la relación del periodista con su audiencia. 

Entretanto, mucha de la publicidad no tradicional está a la vista de todos, concretamente en la radio y en la televisión. Es difícil encontrar programas que no cuenten con ella, en espacios fuera de la tanda publicitaria, donde los conductores de los programas hacen comentarios elogiosos a determinados productos o empresas: “Cómo es bueno dormir en tal colchón”. “Cómo es bueno comer en tal restaurante”. “Cómo es ventajoso tener cuenta en tal banco”.

¿Es ético que el periodista haga este tipo de publicidad? En mi visión no. Quien ejerce la labor periodística debería estar alejado de cualquier relación publicitaria. Esto puede generar una promiscuidad entre los periodistas y la empresa objeto de la publicidad.

La PNT desvía al periodista de su única función, informar y opinar. Si un periodista hace una PNT de una empresa, que después aparece involucrada en un escándalo, su independencia podrá estar en mucho dañada. Así como será menos libre para tocar en temas que afecten negativamente a la empresa.

Los defensores de la PNT podrían alegar que la publicidad tradicional, que, por naturaleza, depende exclusivamente del departamento comercial de los medios, también puede menoscabar la independencia de los periodistas. Basta que el medio no quiera que sus periodistas hablen de algo perjudicial a un anunciante. Pero aquí la relación es otra. El periodista no estaría involucrado con la pérdida de independencia de su medio. No sería él que estaría jugando en contra de ella. Ya cuando participa activamente de la publicidad colabora en nombre propio.

Además, la PTN, muchas veces, está tan incorporada a un espacio que se mezcla con el propio contenido informativo, no siendo tan sencillo para un oyente o telespectador poco atento separar la publicidad de la información. También la PTN va en contra de la propia estética de un programa radial o televisivo, generando una clase de ruido en el contenido periodístico de la emisión.

Es curioso que la Ley de Medios haya dejado libre la PTN, mientras obligó a que la publicidad tradicional esté debidamente separada del contenido de las emisiones, que, incluso, tuvieron que crear un separador para indicar cuando empieza y cuando termina la tanda publicitaria. 

Es verdad que muchos periodistas de radio tienen como única fuente de ingreso la PTN (un escándalo que señala la precarización de la profesión). Pero hay muchas estrellas del radio o de la tele, con muy buenos salarios, que no tendrían necesidad de jugar este rol que solo degrada su imagen.

Mientras en Europa la PTN tiene fuerte rechazo por parte de la clase de los periodistas – lo que no impide que exista – en Sudamérica poco se habla a su respecto. Se la tolera de modo acrítico. Sería importante que hubiese más debates a su respecto.

viernes, 10 de agosto de 2012

A (IN)UTILIDADE DAS FACULDADES DE JORNALISMO


Certamente, o Brasil é o país onde a instituição faculdade de jornalismo mais esteve em debate nos últimos anos. O motivo, a polêmica sobre a obrigatoriedade ou não do diploma de jornalismo para a atuação profissional no setor, já que foram várias as idas e vindas legais, ora tirando, ora recolocando a obrigatoriedade.

Muito se diz sobre os prós e os contras da obritoriedade, que poderá ganhar caráter definitivo, se a Câmara de Deputados tiver o mesmo comportamento do Senado, votando a favor duma emenda constitucional que a sacramenta.
 
Entretanto, quando o tema é faculdade de jornalismo, pouco se fala sobre a sua importância em si. As faculdades de jornalismo no Brasil servem para formar jornalistas? Seu programa, no referente às disciplinas do curso, é pertinente para quem deseja ingressar no mundo da informação e para a avaliação dos seus estudantes?
 
Independentemente da qualidade das faculdades de jornalismo, sou contra a obrigação. Entendo que a atividade jornalistica é demasiadamente aberta, e que pode albergar pessoas das mais variadas formações acadêmicas ou, até mesmo, autodidatas (principalmente com a massificação da internet). As matérias primas do jornalismo não estão pendentes, em absoluto, de nenhum curso superior: a boa escrita e o seguimento da atualidade.
 
Minha oposição à obrigatoriedade do diploma cresce ainda mais tendo em conta o quão fraco é o curso de jornalismo. E vou ainda mais longe. Creio que sequer deveria haver curso de jornalismo. Ao menos se este não sofrer uma ampla mudança.
 
As faculdades de jornalismo estão cheias de matérias pouco objetivas e desenfocadas do universo jornalístico. Matérias como Pensamento Filosófico, Teoria da Comunicação, Antropologia Cultura, Estudos Sócio-Culturais, Psicologia, Filosofia, Ciências da Linguagem, entre outras, são pouco úteis para a agenda do jornalismo. Algumas são tão rebuscadas que a exigência nas avaliações fica restrita a trabalhinhos e teatrinhos. Recordo-me que quando estava na faculdade de jornalismo, as encenações eram incentivadas pelos próprios professores para a abordagem dalgum tema. Algo verdadeiramente patético.
 
Já os assuntos que formam a base da atualidade, como política, economia e direito são quase que completamente negligenciados no currículos das faculdades de jornalismo. Como é possível que em quatro anos de curso, a grande maioria das faculdades não tenha, por exemplo, economia, direito e língua estrangeira como disciplinas? Quando fazia a faculdade, indagava, principalmente, o porquê de não haver economia. E me respondiam que deveria aprender por conta própria. Até poderia, mas para que serve uma faculdade de jornalismo, se não é capaz de ensinar ao menos aspectos básico de um dos temas mais presentes no jornalismo?

Uma verdadeira faculdade de jornalismo, se quisesse dar uma boa formação aos seus estudantes, deveria ser uma mistura das faculdades de economia, direito, política, história e letras, com português e ao menos uma língua estrangeira (se cobra tanto o inglês na profissão e nenhuma faculdade o tem!) para além de algumas disciplinas de natureza prática. Claro que todas as disciplinas também deveriam contar com exames objetivos, sem espaço para o facilitismo, como ocorre quando as avaliações são feitas por meio de trabalhos para contornar o conteúdo abstrato da maioria das disciplinas teóricas que há nas faculdade de jornalismo hoje.

De não ir por este caminho, as faculdades de jornalismo no Brasil só servem para jogar no mercado formandos que, em sua grande parte, se limitam a saber responder o “lead”, as famosas perguntas para a elaboração dum texto jornalístico: “quem?”, “quando?”, “por quê?”, “para quê?”, “o quê?” “como?” (erradamente ensinado como se tivesse que ser levado ao pé da letra).

Uma das piores consequencias de haver uma má faculdade de jornalismo é que todos os formandos, tendo ou não vocação para a informação (só uma minoria tem), são colocados no mesmo saco pelo mercado da informação, que tem pouquíssimos postos de trabalho. Como todos estão nivelados por baixo, a precarização do setor é ainda maior. 

Se não houvesse a faculdade, seria como no passado, quando não existia faculdade de jornalismo. Só seria jornalista quem tivesse vocação pela informação e o mercado laboral da área no âmbito da oferta de profissionais estaria depurado. Claro que isto não é a solução para os problemas e dramas que o jornalismo enfrenta hoje. Mas melhoraria a qualidade da informação, pois desviaria para longe do jornalismo pessoas que sequer leem jornal.

Em resumo, ou a faculdade de jornalismo se reformula ou seguirá prejudicando o próprio jornalismo.

miércoles, 8 de agosto de 2012

BRASIL UM POUCO MENOS LIVRE


Como já era esperado, o Senado votou pela obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da função. Ontem, no segundo turno da votação, por meio duma emenda constitucional, ratificou o que já fora aprovadado no ano passado, reinstituindo sua volta, que havia sido abolida pelo Supremo Tribunal Federal em 2009. Agora a emenda segue para a Câmara de Deputados para a obrigatoriedade tornar-se definitiva.
 
A volta da obrigação do diploma é regressar um pouco à ditadura militar, que a introduziu em 1970. Um atentado às liberdades no Brasil, pois condiciona, de modo arbitrário, a um curso uma profissão que vai muito além deste.

A obrigatoriedade do diploma já seria criticável se as faculdades de jornalismo fossem de boa qualidade. Tendo um nível tão fraco, inclusive as das grandes universidades, a obrigatoriedade é um verdadeiro disparate.
 
Pessoas com grandes conhecimentos em economia, em leis e em política, os temas mais presentes no jornalismo, e que saibam escrever (qualquer um que saiba fazer bem uma dissertação pode redigir um texto periodístico) terão o jornalismo vetado, se não tiverem o diplominha. Ao contrário dos que o têm mas que não leem jornal e não sabem escrever muito além do lead - caso de grande parte dos jornalistas.
 
Só a falta de conhecimento da relação faculdade de jornalismo e jornalismo e o corporativismo da classe respaldam a obrigatoriedade, algo que só existe no Brasil.
 
Aliás, esta classe parece que estava mais preocupada com a obrigatoriedade do diploma do que com a precarização do labor periodístico, que afeta a maior parte dos jornalistas. É muito raro, por exemplo, ver jornalistas reclamando que a sua carga horária oficial de cinco ou de sete horas não é respeitada pelos patrões. Aceitam como algo normal e pacífico.
 
Os jornalistas que se gabam de que são “jornalistas por formação”, provavelemente, poderão dormir tranquilos. Terão seus direitos desrespeitados, mas terão, novamente, o monopólio para o exercício da profissão. Patético.

Palavras de quem tem o tal diplominha de jornalismo.