Aumento do escalão máximo do IRS para 54,5%, o
mais alto da história de Portugal, com um prometido crescimento de sua
progressividade na sua globalidade. Aumento do IRC para empresas com lucro
superior a 7,5 milhões de euros. Aumento para 28% para os rendimentos provenientes do
capital. Agravamento para o imposto sobre o tabaco e outros prometidos aumentos
para os impostos em relação a compra de produtos de luxo. Perspectiva de
taxação sobre transações financeiras.
É impressionante como estas medidas, anunciadas
ontem pelo ministro de Finanças, Vitor Gaspar, foram recebidas tão mal pela
generalidade da esquerda portuguesa. Principalmente tendo em conta que vieram
como justificativa para substituir o aumento indiscriminado da TSU para os
trabalhadores, algo muito mais penalizador para os que menos têm.
Das reclamações feitas por gente que se diz de
esquerda, tiraria duas conclusões: ou seriam tão obnubilados, que o que importaria
seria dizer mal do governo, faça o que faça, incluindo quando avança por
caminhos que buscam mais igualdade na sociedade, ou, no fundo, estariam mais
preocupados por suas perdas individuais, ou seja, com seu próprio bolso,
enfiando na gaveta o sentido de solidariedade e de distribuição de renda que
devem pautar o pensamento da esquerda.
Regozijar-se com as novas medidas do
Executivo de Pedro Passos Coelho quando estas fazem com que os que mais têm paguem mais pela crise e em prol da austeridade não significa, obviamente, apoiar o seu governo.
Apenas significa ser coerente em termos de ideológia, que deve estar acima das
guerras partidárias.
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