miércoles, 8 de agosto de 2012

BRASIL UM POUCO MENOS LIVRE


Como já era esperado, o Senado votou pela obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da função. Ontem, no segundo turno da votação, por meio duma emenda constitucional, ratificou o que já fora aprovadado no ano passado, reinstituindo sua volta, que havia sido abolida pelo Supremo Tribunal Federal em 2009. Agora a emenda segue para a Câmara de Deputados para a obrigatoriedade tornar-se definitiva.
 
A volta da obrigação do diploma é regressar um pouco à ditadura militar, que a introduziu em 1970. Um atentado às liberdades no Brasil, pois condiciona, de modo arbitrário, a um curso uma profissão que vai muito além deste.

A obrigatoriedade do diploma já seria criticável se as faculdades de jornalismo fossem de boa qualidade. Tendo um nível tão fraco, inclusive as das grandes universidades, a obrigatoriedade é um verdadeiro disparate.
 
Pessoas com grandes conhecimentos em economia, em leis e em política, os temas mais presentes no jornalismo, e que saibam escrever (qualquer um que saiba fazer bem uma dissertação pode redigir um texto periodístico) terão o jornalismo vetado, se não tiverem o diplominha. Ao contrário dos que o têm mas que não leem jornal e não sabem escrever muito além do lead - caso de grande parte dos jornalistas.
 
Só a falta de conhecimento da relação faculdade de jornalismo e jornalismo e o corporativismo da classe respaldam a obrigatoriedade, algo que só existe no Brasil.
 
Aliás, esta classe parece que estava mais preocupada com a obrigatoriedade do diploma do que com a precarização do labor periodístico, que afeta a maior parte dos jornalistas. É muito raro, por exemplo, ver jornalistas reclamando que a sua carga horária oficial de cinco ou de sete horas não é respeitada pelos patrões. Aceitam como algo normal e pacífico.
 
Os jornalistas que se gabam de que são “jornalistas por formação”, provavelemente, poderão dormir tranquilos. Terão seus direitos desrespeitados, mas terão, novamente, o monopólio para o exercício da profissão. Patético.

Palavras de quem tem o tal diplominha de jornalismo.

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