martes, 3 de enero de 2023

DIREITO AO DESDÉM

 

Nenhum setor está sendo tão criticado hoje no Brasil como a “classe” jogador de futebol. O fato de poucos deles terem ido ao velório de Pelé está gerando uma onda de indignação nas redes sociais e na mídia.

Em específico, a ausência dos campeões mundiais de 1994 e 2002, com exceção, pelas informações que chegam, do ex-volante Mauro Silva, é o que mais chama a atenção pela negativa de quem não admite o que seria um suposto desprezo à figura de quem foi o maior jogador do futebol de todos os tempos.

Pelé sem dúvida é o brasileiro mais conhecido no planeta. Nenhum outro exerceu com tanto brilhantismo e superioridade ante os demais sua profissão. E foi quem mais contribuiu para que o Brasil fosse admirado. Mas nada disso impõe qualquer obrigação a outrem, por mais ligada que a pessoa esteja em termos profissionais ao “Rei do Futebol”. Nenhum futebolista deve nada a Pelé. Ou, ao menos, não deve nada mais do que qualquer outro torcedor da seleção brasileira.

Ao contrário do que vem sendo dito, a valorização que cada jogador teve em sua carreira e suas conquistas são méritos pessoais de cada um e do grupo que faziam parte. É muita infantilidade achar que conquistas de compatriotas geraram uma herança para gerações futuras de jogadores.

Só o moralismo explica tanta cólera da parte dos que os querem cancelar. Como máximo as pessoas devem ser julgadas pelas suas ações no âmbito da ilegalidade e/ou se estas prejudicam a outrem. Certamente, ninguém no Brasil teve a vida minimamente afetada porque poucos jogadores não foram ao velório de Pelé.