Nenhum setor está sendo tão criticado hoje no Brasil como a “classe”
jogador de futebol. O fato de poucos deles terem ido ao velório de Pelé está
gerando uma onda de indignação nas redes sociais e na mídia.
Em específico, a ausência dos campeões mundiais de 1994 e
2002, com exceção, pelas informações que chegam, do ex-volante Mauro Silva, é o
que mais chama a atenção pela negativa de quem não admite o que seria um suposto
desprezo à figura de quem foi o maior jogador do futebol de todos os tempos.
Pelé sem dúvida é o brasileiro mais conhecido no planeta.
Nenhum outro exerceu com tanto brilhantismo e superioridade ante os demais sua
profissão. E foi quem mais contribuiu para que o Brasil fosse admirado. Mas
nada disso impõe qualquer obrigação a outrem, por mais ligada que a pessoa esteja
em termos profissionais ao “Rei do Futebol”. Nenhum futebolista deve nada a
Pelé. Ou, ao menos, não deve nada mais do que qualquer outro torcedor da
seleção brasileira.
Ao contrário do que vem sendo dito, a valorização que cada
jogador teve em sua carreira e suas conquistas são méritos pessoais de cada um
e do grupo que faziam parte. É muita infantilidade achar que conquistas de
compatriotas geraram uma herança para gerações futuras de jogadores.
Só o moralismo explica tanta cólera da parte dos que os querem
cancelar. Como máximo as pessoas devem ser julgadas pelas suas ações no âmbito
da ilegalidade e/ou se estas prejudicam a outrem. Certamente, ninguém no Brasil
teve a vida minimamente afetada porque poucos jogadores não foram ao velório de
Pelé.