Se for levado a cabo um novo marco regulatório para a radiodifusão no Brasil, tal como é, a princípio, a intenção do Governo Federal, algo de muito positivo ocorrerá na televisão brasileira, o fim de grande parte da avalanche de programas religiosos.
O novo marco regulatório para a radiodifusão prevê a proibição manifesta do aluguel de horários, prática adotada pela maioria das emissoras brasileiras. É por meio destes aluguéis que várias igrejas fazem suas emissões, sejam cultos realizados nos próprios templos sejam espaços de predicação feitos desde seus estúdios.
Com a interdição dos aluguéis, o vergonhoso proselitismo religioso nas TVs veria barrado seu caminho, não podendo mais aproveitar-se das brechas que o atual marco regulatório dá para que comprem espaços para seus programas.
É assustador ver a quantidade de horas que o proselitismo religioso tem na TV brasileira. A Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdomiro Santiago, por exemplo, tem dez horas de emissão diária da Rede TV!, quatro horas diárias na Band e nada menos do que 20 horas diárias no Canal 21, que tem seu sinal aberto em todo o Estado de São Paulo. A Igreja Internacional do Reino de Deus, do missionário R.R Soares tem duas horas de horário nobre na Band. Ja a Igreja Universal do Reino de Deus tem dez horas na TV Gazeta, além de preencher toda a madrugada de seu próprio canal, a Record (por ser dona dum canal, o espaço da IURD na Record, teoricamente, seria o único não afetado). E a Assembleia de Deus, do pastor e ‘militante’ homofóbico, Silas Malafaia, tem uma hora e meia semanal na Band.
Há muito que deveria ser feito quanto à regulação da TV no Brasil. Quase nenhuma das emissoras prestam o serviço público que estariam obrigadas a fazer, já que são concessões públicas. Que uma emissora como a Record, vinculada umbilicalmente com uma igreja, tenha concessão para funcionar, por exemplo, é algo inadmissível dentro do espírito laico do Estado brasileiro. Porém, o fim do horários de aluguel já seria um bom avanço.
Oxalá, o Governo Federal não ceda às pressões do lobby evangélico e da bancada de deputados evangélicos, que já começam, de pouco a pouco, a bradar contra esta proibição.
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