No
Brasil cada vez mais certos gostos ou não gostos e preferências estão sofrendo
patrulhas ou alinhamentos derivados da ideologia da pessoa.
Concretamente é o campo da esquerda que impõe ou se impõe o que é
apropriado apreciar. É o esquerdismo politicamente correto.
Ser
de esquerda pressupõe estar ao lado dos miseráveis, pobres e classe
média baixa. Num país como o Brasil estes formam a maioria da
população. Portanto, para a correção cultural esquerdista, um
esquerdista que não queira ser parecido a um «coxinha» não apenas
deve querer e lutar pela melhoria de suas condições de vida no
plano material e por políticas que fomentem menos desigualdade social como deve disfrutar do que eles mais gostam e do que
mais, supostamente, representam-nos no plano cultural e até
preferir, no plano estético, seus principais traços físicos.
Vede
se é possível um esquerdista dizer, por exemplo, que não gosta de
carnaval? Como é possível não gostar da principal festa popular do
Brasil? Se não gosta é um «elitista», de certeza. Tão cruel
quanto o ex-presidente/ditador João Batista Figueiredo, que dizia
preferir o cheiro de cavalo ao cheiro do povo.
É
curioso que muita gente que dizia não gostar de carnaval tenha
passado a frequentar blocos e desfiles ligados ao carnaval para fazer
finca-pé de sua condição de esquerdista.
Algo
parecido se passa com gêneros musicais. Durante muito tempo vistos
como desagradáveis, mas que ultimamente têm tido certo carinho do
esquerdismo brasileiro. São os casos do funk, do forró
universitário, do sertanejo e do pagode, por exemplo. Mesmo que tenham letras paupérrimas,
ofensivas e/ou machistas (principalmente no caso do funk), tudo deve
ser relativizado em nome do povo excluído. E se há tantos adeptos
no andar de baixo destas músicas, algo devem ter de bom, pois o povo
excluído é, em si, bom e, acima de tudo, sábio. Sobrarão
intelectuais de esquerda para explicar tim tim por tim tim os motivos
pelos quais rejeitá-las é ser preconceituoso.
A
obnubilação esquerdista também está presente na constituição
estética. Dizer que, tendencialmente, gosta mais de loiras, mulheres
de cabelo liso, brancas e magras não é compatível com o
esquerdismo. No Brasil, onde a maioria da população não é magra,
é mulata ou negra, não tê-las como preferência é subjugar-se à
imposição estética da mídia e do imperalismo. (Atenção, o
«gostar» neste caso tem a ver apenas com os desejos carnais que se
possa ter por outrem. Não falo de respeito, admiração intelectual
ou amizade, que devem estar separados do estético)
Não
sou contra o politicamente correto. Desde que seja no âmbito da
crítica às discriminações, como as raciais, sexuais, de gênero ou
sociais. Entretanto este politicamente correto que pretende juntar
política com gostos culturais e estético, além de chato, é duma
manifesta pieguice.
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