jueves, 1 de septiembre de 2011

ESTRAGANDO UM CAMPEÃO


Últimas duas rodadas do Campeonato Brasileiro de 2008. O São Paulo vem de uma arrancada ímpar na história da competição-rainha do futebol nacional, tirando uma desvantagem de 11 pontos que o primeiro colocado, Grêmio, lhe impôs no início do segundo turno. Nas duas partidas finais o São Paulo, já líder, marca dois gols – no 1-1 contra o Fluminense, no Morumbi, e na vitória de 0-1 contra o Goiás, em Brasília. Borges, o autor de ambos tentos, que garantiram o sexto título de campeão nacional do São Paulo.

Borges, jogador contratado no início de 2007, junto ao futebol japonês, nunca fora titular absoluto no São Paulo. Apesar de ser o tipo de jogador que costumava sobressair-se em momentos difíceis e de soer ter uma participação muito dinâmica, com sua velocidade e boa colocação, nunca foi visto pela diretoria e comissão técnica como imprescindível durante seus três anos de São Paulo.

Mesmo não disputando muitas partidas, tanto pelas várias contusões, como pela desconfiança em relação ao seu rendimento, Borges foi o artilheiro do São Paulo nas vitoriosas campanhas do clube mais glorioso do Brasil nos campeonatos nacionais de 2007 e 2008.

Em 2009 o São Paulo contrata o centroavante Washington, jogador que tinha muito boa mídia, sendo muito grande a pressão para que fosse titular.

Durante o primeiro semestre daquele ano Washington, Borges e Dagoberto rotavam na dupla avançada tricolor. Com a demissão de Muricy Ramalho e a chegada de Ricardo Gomes como técnico, Washington se firmou como titular ao lado de Dagoberto. Borges seria negligenciado, definitivamente, como reserva.

Washington terminou o campeonato como artilheiro da equipe, que renascera das cinzas para quase ser campeã. Entreanto, Washington era o tipo de futebolista que só sabia fazer gols. Quando não os fazia terminava, quase que invariavelmente, como um dos piores em campo, pela sua escassa produtividade. Pouco ajudava o resto do time.

Ainda tendo pouquíssimas oportunidades no time, Borges termina o Nacional daquele ano marcando seis gols.

No fim do ano, Borges é dispensado. Washington, por sua vez, tem seu contrato renovado.

Se em 2009, Washington pôde “enganar” com seus gols, obviando sua pouca contribuição para o time em geral, no ano seguinte foi um desastre total. O próprio Ricardo Gomes, que o avalizou em 2009, perde a paciência com ele. Seu final no São Paulo foi triste. Não aceitando a reserva esperneia, atacando treinador e colegas de equipe e retornando ao Fluminense. Sua decadência como jogador era tão evidente que ele mesmo decide pôr fim à sua carreira no final de 2010.

Já Borges continou sendo decisivo para suas equipes. Em 2010, seus gols e velocidade ajudam o Grêmio a ser campeão gaúcho e a lograr uma vaga na Libertadores, por ter ficado no G-4 do Brasileiro. Agora neste segundo semestre de 2011, atuando pelo Santos, Borges é o artilheiro-mor do Brasileiro.

Não é possível afirmar nada no futebol. Nem no que acontecerá, nem no que teria acontencido. Mas, certamente as pespectivas do São Paulo teriam sido outras nestes últimos anos de muitos fracassos se houvesse acreditado mais em Borges e não ficasse inventado alternativas que só atrapalharam o tricolor.

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