viernes, 19 de agosto de 2011

30 POUCO GLORIOSOS


O Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) está cumprindo seu trigésimo aniversário. Nascido, como grande parte dos canais abertos brasileiros, na época da última ditadura militar, o SBT pouco tem que orgulhar-se.

O canal do empresário e apresentador Silvio Santos quase sempre primou pela programação frívola, explorando o caminho mais imediatista possível para a obtenção de uma boa audiência e esnobando o que deveria ser a alma de uma televisão, o jornalismo.

Alguns programas da história do SBT ficaram gravados como verdadeiros monumentos à baixaria e ao mau-gosto televisivo.

Quem não se lembra do famigerado Aqui e Agora, o pioneiro em levar à telinha o espírito do “se espremer saí sangue” do extinto Notícias Popular.

O Programa do Ratinho, no qual o condutor, ainda em atividade na emissora, não poupava esforços para difundir a cizânia entre os seus participantes, promovendo o mundo-cão na sua mais alta esfera.

As emissões de Augusto Liberato, vulgo Gugu, que durante décadas esteve na linha de frente do canal, com programas nos quais não se envergonhava em fabricar mentiras para captar espectador. O maior exemplo foi quando, em 2003, ficcionou uma entrevista com membros do Primeiro Comando da Capital (PPC), em que estes ameaçavam de morte a jornalistas e políticos.

Gugu também usava e abusava de belos corpos femeninos em plena tarde de domingo, que resultavam em um quase porno-programa.

As noites do elitismo popular de Hebe Camargo, malufista de primeira hora, que nunca fez autocrítica por seu apoio a um dos mais corruptos políticos brasileiros, também foram uns dos principais carros chefes do canal.

As telenovelas mexicanas, em que o dramalhão era o mote principal.

Os próprios programas de Silvio Santos, nos quais o apresentador difundia e ainda difunde o amor na sua forma mais pueril ao dinheiro.

A própria estética da grade horário do canal é toda ela um desvario, com alterações de último momento.

Certamente o SBT não é exceção, e sim a regra da pobreza que é a televisão brasileira em termos de conteúdo. Os canais não têm qualquer compromisso com o contrato de serviço público que estão obrigados a cumprir. E o pior, as autoridades públicas nada dizem ao respeito.

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