sábado, 14 de mayo de 2011

SOBRE FEIOS(AS) E BONITOS(AS)


"Mulher feia tem que ser mega competente. Se não, é Paula Toller nas cabeças. Linda, burra e sem talento. Mulher feia tem que cantar igual Sarah Vaughn, se não eu não tenho tempo” Em privado – que de privado acabou tendo pouco – assim confessou o cantor Ed Motta em seu Facebook sobre o valor que dá à beleza no mundo do espetáculo.

Suas palavras e o rebuliço causado por elas refletem algo de como a sociedade encara a constituição estética no âmbito público e privado. Concretamente quando o objeto de “análise” é a mulher, que difere consideravelmente de quando este objeto é o um homem.

Ed Motta manifestadamente está longe de encontrar-se nos padrões de beleza. Mas, é um homem. Se por acaso alguma mulher dissesse “que homem feio tem que ser como Ed Motta se não não tenho tempo”, o provável é que nenhuma repercussão dar-se-ia.

A sociedade vê as gozações sobre a constituição estética de um homem como algo comum, não dando grande relevância, tanto quando esta é feita no público, como no privado. À frente ou por trás da pessoa.

Já em relação à mulher é distinto. É politicamente incorreto tecer comentário sobre uma mulher “feia” no público ou à sua frente. Mas, no privado ou por trás dela, as gozações são muito mais duras.

Entre amigos homens, por exemplo, são vulgares as brincadeiras sobre a constituição estética que um faz do outro. O mesmo seria quase impensável entre amigas.

A conclusão que se pode chegar é que a variável estética é mais forte para mulheres que para homens. Gerando muitas conseqüências para as mulheres.

Uma mulher bonita tem as portas abertas em vários âmbitos da sociedade, como o laboral, o sentimental e o sexual.

Já uma mulher feia terá muito mais barreiras, tendo que fazer valer de modo muito mais difícil sua competência ou simpatia para ser aceita.

Entre os homens, o estético não deixa de ter sua significância. Mas, de uma maneira menos fulcral.

A frase de Vinicius de Moraes, outra personalidade má constituída esteticamente, “as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”, continua a ser muito atual.

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