miércoles, 17 de noviembre de 2010

E AGORA SÃO PAULO?

Penso que a obrigação de todo o são-paulino é ser, depois de são-paulino, anti-corinthiano, anti-palmerense e anti-santista.

O mesmo serve, obviamente, para os torcedores do Corinthians, do Palmeiras e do Santos em relação aos seus rivais estaduais.

A conquista de um título por Corinthians, Santos ou Palmeiras é tão dolorosa quanto a perda de um campeonato pelo São Paulo – e, em determinadas situações, até mais.

No próximo domingo o São Paulo terá um dos jogos mais amargos de sua história. Se vencer ou mesmo empatar com o Fluminense contribuirá ainda mais para que o detestado Corinthians seja campeão nacional. Se perder poderá ser acusado de entregar o jogo, em uma atitude anti-desportiva, e jogar, definitivamente, no lixo os últimos resquícios de esperança em chegar à Libertadores – talvez o menos importante pelas tão remotas possibilidades.

A maioria da torcida não tem dúvida que o São Paulo deve fazer o chamado corpo mole contra o tricolor carioca. Muitos têm na mente que o Corinthians teria feito o mesmo no ano passado contra o Flamengo na penúltima rodada, quando o São Paulo tinha a agremiação do Rio de Janeiro como a principal concorrente ao título de campeão que acabou ficando com os rubro-negros.

Creio que é muito importante nesta delicada situação separar duas coisas: o desejo do torcedor, que o São Paulo perca para o Fluminense; e a postura dos jogadores, corpo técnico e diretoria do São Paulo.

Por uma questão de ética desportiva não tenho dúvida que este jogo deve ser encarado como uma questão de honra. Em um campeonato de pontos corridos, em que todos jogam contra todos, que aja clubes que facilitem o jogo para outros, tem como consequência a distorção do curso natural da competição.

Que jogadores, orientados ou não pelos seus diretores, percorram esta senda é vergonhoso e mesquinho, pois a rivalidade entre dois clubes, por mais forte que seja, não deve estar acima da ética – mesmo sabendo que ética e futebol não se combinem muito, não resta ao escriba outra saída retórica.

Não importa que o Corinthians possa ter ser empenhado pouco em uma situação similar no ano transacto. Seria ir pela lei do talião.

Agora, outra coisa bem diferente somos nós, torcedores, que nada temos como influir na partida. Nós sim deveremos estar pendentes que o Fluminense vença a peleja – ainda que isso por si só, se o Corinthians vencer as três partidas que restam, não impediria a “tragédia”.

Que esta rodada passe o mais rápido possível, mas com o tempo necessário para que o Corinthians não seja mais o líder – ainda que isso seja um tanto improvável.

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